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Educação e Ambientalismo (1) Artigo 18, publicado no Correio da Serra, Santo Antonio do Pinhal, SP, edição de Nov 2007 © 2005-2018 Fabio Ortiz Jr |
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Capítulo Cinco: tratemos agora de Educação e Ambientalismo. Concluímos o artigo anterior com a constatação da urgente necessidade de mudarmos nossa maneira de ocupar a Terra e seus vários e maravilhosos recantos. Aqui “urgente” significa “imediata”, é para já e agora, não para amanhã. Metemo-nos por nossa conta em uma espécie de corrida maluca; teremos que lidar com isto nós mesmos, todos e cada um de nós. O tempo urge e ruge. Como é possível modificar nossa relação com o que nos cerca para um modo, digamos, mais saudável? Penso que só transformamos nossa maneira de ver, nosso sistema de crenças, nossa maneira de agir (v. artigo de Abril/2006), por meio de experiências reveladoras, um salto quântico. Conhecemos duas maneiras de isto acontecer: como inúmeros pesquisadores já apontaram, sabemos genericamente que o melhor caminho é pela educação; mas há também o caminho da tragédia, do sofrimento. Como pais e educadores, sempre desejamos que nossos filhos e nossos alunos aprendam pelo caminho mais suave, sempre procuramos “o melhor para eles”; mas existem, é claro, as exceções. No artigo anterior deixamos a pergunta: apostemos na educação como descolamento à barbárie, sim. Mas que educação? Será adequada esta em vigor, que continua a reproduzir os equívocos de sempre, os modos de sempre e seus “aperfeiçoamentos” metodológicos, técnicos, administrativos para que rumemos mais rápida e eficientemente em direção ao nada? George Bernard Shaw (1856-1950), irlandês, dramaturgo, escritor e pensador, tinha uma frase hilária: “Os seres humanos nascem ignorantes, mas são necessários anos de escolaridade para torná-los realmente estúpidos.” Para onde nos levará um modo de viver (ou seja, um modo de existir, ocupar espaços e estabelecer relações) que parte de princípios como “luta ou |
conquista da natureza”, “recursos infindáveis”, “crescimento, acumulação ou enriquecimento ilimitados”, “somos os senhores do planeta”, “levar vantagem”, “fazer antes que outro aproveite”, “quem vier depois que resolva” e outros mais deste gênero?! Como já vimos, o nosso sistema de crenças dirige a maneira como vemos a nós próprios, os outros, nossas relações com eles e com o entorno, seja físico ou social. Quando estabelecemos estas relações, criamos também um modo de viver (modus vivendi), uma “filosofia de vida”, uma forma de nos apropriarmos dos recursos de que necessitamos e daquilo que nos cerca, ou seja, determinamos aquilo (as relações) a que chamamos de economia e de política, estejamos ou não conscientes disto. Neste sentido, o sistema de crenças e a ação conseqüente, as relações estabelecidas, a filosofia de vida, a política, a economia, a educação são aspectos do mesmo problema: nós. Lembro-me que minha então jovem geração perguntava-se, idealista, ingênua e estarrecida, “mas se o problema está claro e quase todo mundo está infeliz, porque não paramos e mudamos o rumo?” No entanto, os equívocos prosperaram, pouco mudou, dificuldades agravaram-se. Como enfrentar os problemas gerados por um modelo esgotado em todos os sentidos, baseado em princípios egocêntricos, de reprodução de erros e de manutenção do status quo, a produzir e aprofundar a alienação, juventude sem perspectiva, vida sem sentido, eterna “luta contra a Natureza”? Que fazer? Que significado saudável poderemos dar ao que chamamos de educação senão como uma jornada pelo ou em direção ao conhecimento, trilhando um caminho pela construção deste conhecimento e concebendo-o, afinal, como instrumento para a compreensão e a preservação da vida, realizando mudanças sempre que necessário? Considerando a educação e os professores como chave para a solução, na próxima edição avançaremos na relação entre Educação e Ambientalismo. |
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